sábado, 12 de janeiro de 2013

Top 10: os apartamentos do ano

Há quem diga que morar em apartamento tem muitas desvantagens frente a viver em uma casa. Os dez imóveis abaixo provam que não há tal distinção: com personalidade e espírito livre para decorar, qualquer lugar vira um “lar, doce lar”. Selecionamos os melhores projetos publicados aqui no site durante 2012. Dentre os apartamentos, lofts e coberturas que figuram neste ranking, quatro são de São Paulo e um fica no Rio de Janeiro – é o décor nacional crescendo e aparecendo. Os outros projetos são de moradas em Milão, Paris, Barcelona e Nova York. Confira!
  (Foto: Ruy Teixeira)

O refúgio da iraniana Nina Yashar, em Città Studi, no centro de Milão, tem 250 m² de atmosfera eclética e uma enorme quantidade de livros. Ali, pode-se entender a intimidade criativa da proprietária da Nilufar, uma das mais importantes galerias de design da Europa. Paredes e tetos decorados com afrescos em estilo metafísico criam uma fusão do espírito oriental com a arquitetura tipicamente milanesa do prédio dos anos 1940. O arquiteto Montebello estilizou o apartamento como uma grande tenda no deserto – inspirado na origem oriental de Nina. Os móveis e objetos unem a arte contemporânea ao design.
  (Foto: Jean-François-Jaussaud)
Incansável e seduzida pelo próprio trabalho, a antiquária Florence Lopez refaz todos os anos o décor de sua morada, no coração de Saint-Germain-des-Prés, que é aberta aos aficionados do design sob agendamento. Nesta última versão, que lhe custou um bom tempo para ficar pronta, o fundo é uma paleta de azuis fortes combinada com um tom rosa hollywoodiano, à Dorothy Draper, nos aposentos principais. Os acessórios e o mobiliário, feito com curvas sensuais, pontuam o conjunto com suas belas assinaturas: de Angelo Lelli nas luminárias a Gio Ponti e Carlo Mollino nos móveis.  (Foto: Romulo Fialdini)
Na contramão do bege que domina boa parte dos projetos brasileiros, Mansur não tem medo de pintar espaços inteiros em tons de verde e jogar com uma ampla escala de vermelhos e marrons. Em destaque, o valioso acervo da família que ali vive, resultado de muitas andanças e garimpos por leilões, galerias e antiquários pelo Brasil e pelo mundo, além de heranças dos parentes. Há telas europeias dos séculos 16, 17, 18 e 19, além de litografias e gravuras importantes de nomes como Chagall, Picasso, Léger, Warhol, Calder e Miró e raras aquarelas de Poliakoff e Léger.
  (Foto: Fran Parente)
A estrutura de concreto armado ficou aparente. Seu tom acinzentado injeta vigor no claríssimo interior, onde a sacada e a entrada de luz que se dá por ela são protagonistas. Destacam-se o piso de parquet e o de taco. As paredes brancas complementam o concreto e a madeira. A cozinha juntou-se à sala, que, por sua vez, perdeu paredes. A decoração leve explora tons de cinza, especialmente na ala social e nos setores de serviço. A arte – presente por meio do painel de azulejos Panacéia Phantástica, de Adriana Varejão – junta-se a este décor, que tão bem representa os novos ares do design de interiores genuinamente jovem e brasileiro.
  (Foto: Divulgação)
Quando a arquiteta italiana Benedetta Tagliabue mudou-se para Barcelona, no início da década de 1990, apaixonou-se pelo Bairro Gótico e por esta cobertura em um edifício do século 18. A reforma foi um trabalho de verdadeira arqueologia que culminou na descoberta de pinturas de parede originais e de um espetacular arco construído muito antes do edifício, em um período que se presume ser a Idade Média. A partir daí, Benedetta e seu esposo realizaram um projeto de design de interiores absolutamente contemporâneo, mas em constante diálogo com os elementos encontrados.
  (Foto: Divulgação)
O inglês Tony Smith, diretor de projetos especiais das Edições Globo Condé Nast, abriu um dos quartos para a sala e montou ali sua sala de TV. No living, há um espaço para a mesa de jantar e outro para receber. Nos outros quartos, fez dormitório e escritório. Do apartamento, o que ele mais gosta é o silêncio e o conforto para a leitura. Os móveis foram comprados no Brasil, menos a poltrona Thinking Man’s Chair, de Jasper Morrison, que veio com ele da Inglaterra. Os objetos são lembranças de passagens por Lisboa, Buenos Aires e feirinhas como a da praça Benedito Calixto, em São Paulo.
  (Foto: Divulgação)
O mecenas Paul Johnson, que aprendeu o ofício de negociar na rua 26 de Nova York, resolveu montar um loft que é um cruzamento entre um ninho de solteiro e um museu alternativo. Este espaço de 420 m² exibe uma coleção de peças surpreendentes, entre elas, uma série de telas de Robert Loughlin, com mais de 600 obras. Há muitos outros objetos de designers clássicos, como os de Willy Rizzo e Tobia Scarpa. Rodeado por peças únicas, sofás labirínticos e desordem, Johnson vive em sua toca de colecionador, junto às suas musas e cercado de objetos em movimento. É o refúgio de um nômade iconoclasta apaixonado pelo design.
  (Foto: Divulgação)

Lar para Malu Mader é flor no vaso, bolinho no forno, nada a ver com o que se convencionou chamar de chique. A casa, como o casal, é incomum. Trata-se da união de duas coberturas que permanecem independentes, com dois livings e duas cozinhas. Não só isso: o casal tem para si duas suítes completas, uma em cada apartamento. O complexo tem 600 m². O apartamento mais antigo, onde já morava Malu, abriga o escritório da atriz, uma sala de jantar com uma mesa de 16 lugares e uma gigantesca suíte que abre para o terraço. Na outra cobertura, o clima é roqueiro, com toques de preto e azul-jeans. Estão lá as duas suítes dos meninos e o recanto de Bellotto, com jeito de estúdio, onde guarda sua coleção de guitarras e prêmios.

  (Foto: Divulgação)
O edifício tem apartamentos que podem ser divididos conforme a vontade do morador. No caso deste dúplex, as designers optaram por uma atmosfera clean e contemporânea, com ambientes integrados. Apesar de os setores social e privativo estarem separados, a bancada da escrivaninha abre-se para uma janela interna que integra visualmente os dois pavimentos. O living se divide em dois ambientes – uma das salas pode ser fechada por portas de correr. A partir da cozinha, uma imensa bancada corta o apartamento longitudinalmente. A escada, que se solta da parede, abre espaço às prateleiras e janelas que dominam o pé-direito duplo.
  (Foto: Reprodução)
Inicialmente construído para ser o lar de um artista de luxo, o loft localizado em Upper West Side tem três quartos, dois banheiros e oito salas. Entre elas, uma calorosa biblioteca, com paredes, portas e esquadrias e estofados de couro vermelhos. O estar é preenchido por uma ampla coleção de arte, com obras assinadas por artistas de peso que vão desde Picasso e Salvador Dalí a Andy Warhol e Damien Hirst. No teto, pinturas feitas à mão. Outros detalhes inusitados pontuam a morada, como sancas ornamentadas, colunas neoclássicas e uma lareira de pedra maciça do século 17, importada da península Ibérica.









Décor do dia: clareza nas escolhas


Luz abundante suaviza móveis e tapete escuros

A decoração mínima e a sutil predominância de tons escuros na sala de estar desta casa, em Joannesburgo, arriscavam desprover o ambiente de charme e delicadeza. Mas a arquitetura assinada por Nico van der Meulen, pensada de forma a privilegiar a claridade e a leveza do espaço, não permitiu que isso acontecesse. O pé-direito duplo, com uma parede quase inteiramente composta de vidro, abre a casa para a entrada abundante da luz natural, o que empresta leveza ao marrom e ao preto dos móveis e do tapete. Outra escolha fina foi a das luminárias acobreadas, que pendem desde o teto altíssimo, ajudando a dar ao ambiente escala mais humanas e iluminando, mesmo sem estarem acesas, a escuridão abaixo delas. Completando o clima aconchegante da sala, está a invasão verde proveniente do exuberante jardim, que, em conjunto com o azul da piscina e o bege das cadeiras e do deque, imprime uma suavidade agradável aos sentidos, dentro e fora da casa.